MEIO PALMO DE LÍNGUA
Correu tanto que chegou a zunir... medo dá força pras pernas.
Vai que....
Distraído, vinha caminhando na borda do mato, pelo
caminhozinho do açude. O pai sempre falava para tomar cuidado, que a sombra do
mato e o brilho de ouro do sol poderiam enganar uma pessoa. “Tome tento”!
Lembrou bem disto quando subitamente a sombra do mato se fez escura e se moveu.
O coração alvoroçou, os olhos arregalaram, os pés e pernas acharam toda a
capacidade de movimento!
Não piscou, não encarou e nem esperou para ver o que poderia
ser. O seu destino estava longe e o caminhozinho e pedregoso não facilitava ...
“Mas pernas para que te quero” foi o mote da hora!
Correu desembestado, louco, morto de medo! Correu muito, vai
que a sombra era perigosa!!!! Correu, correu, correu e correu a distância de
todo caminho em pouco mais de 5 minutos. Chegou em casa e entregou os ovos que
fora buscar... sem os sapatos, sem 2 botões na camisa e com meio palmo de
língua para fora... Suava em bicas, mas estava seguro e sem saber exatamente o
que era a sombra.
Um bom tempo depois chegou em casa o tio rindo... “moleque,
que você é rápido, né? Eu vi você no caminho e nem pude dar boa tarde!!!”
Maria Lúcia Futuro Mühlbauer
Escreve às segundas feiras
Muito bom
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