DE BALDE, CANECA OU CUIA
A tia
Zefinha vivia falando que era um enorme esforço e debalde. Era uma referência
até interessante pois tocava na vida familiar de uma forma bem “quente”. Ela se
referia ao trabalho da irmã no intuito de tirar o vício de jogo do marido e do
filho. Cada vez que tudo da casa era vendido (para depois ser comprado com o
esforço das mulheres da família: mulher e filhas) as críticas chiavam como
rastilho de pólvora e terminavam numa explosiva briga entre tios, avós, e sua
mãe. As irmãs nem se metiam para não saírem chamuscadas. Ela própria pouco fazia
pois nem tinha completado 13 anos e era 9 anos mais moça que seu irmão
desajuizado. Procurava manter o que podia arrumado, roupa escondida para ir á
escola e ajudava às outras a manterem a ordem.
Entretanto
achava engraçado falarem que era um esforço debalde. No caso ela considerava
mais amplo, era debalde, de panela, caneca e cuia. Nada adiantava, nada
adiantaria se nunca acabasse a loucura deles pelas apostas.
Maria
Lúcia Futuro Mühlbauer
Escreve às
segundas-feiras
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