MEMÓRIAS DESPERTADAS
Uma amiga perguntou se eu tinha alguma lembrança de fatos
ocorridos na travessia da Ponte Rio Niterói.
Foi um chegar de acontecimentos diferentes quase borbulhante. Da vez que se mudaram da Tijuca para Boa
Viagem, com o choro inconsolável das crianças, da vez que o vento balançava a
pista, e da vez que o pneu do carro furou.
Quando estava cruzando a ponte para um almoço no Rio, na casa
da mãe, o carro cheio com as cinco crianças entre 2 e 10 anos, uma cachorra e
sua ninhada novinha e cheia de saudades do marido que viajava, escutou o chiado
do pneu traseiro esvaziando. Logo depois do vão central parei o carro, coloquei
a cachorra nervosa no banco da frente, recomendei que as crianças não se
movessem do banco de trás e fui providenciar a troca do pneu. Retirado o
triângulo e colocado distante da traseira do carro, passei a retirar o estepe,
a chave de rodas e ao mesmo tempo vigiava as
crianças. A ideia era colocar o macaco, soltar o pneu, e
depois continuar para retirar o pneu furado... Mas a chave de roda não se
movia, nem com o meu peso. Enquanto eu me via em apuros, parou um enorme
caminhão atrás do carro, saltou o motorista com um grande cano de ferro na mão
e se aproximou. Em minutos conseguiu soltar e trocar o pneu ao som dos gritos
das crianças, os latidos bravos da cachorra. E eu tentando acalmar a tropa e
contornar a balbúrdia, não vi o motorista ir embora. Nem pude agradecer!
Até hoje a
gratidão fica no coração.
Maria
Lúcia Futuro Mühlbauer
Escreve às
segundas-feiras
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O que tem a dizer sobre essa postagem?